quinta-feira, 7 de julho de 2011

HEMOGRAMA - ENTENDA OS SEUS RESULTADOS

O hemograma é uma das análises de sangue mais úteis e mais solicitadas na prática médica.

Algumas pessoas acham que todo exame de sangue é um hemograma, como se ambos fossem sinônimos.

Quando o médico solicita uma coleta de sangue, ele precisa dizer para o laboratório o que ele pretende que seja analisado nesta amostra. No nosso sangue circulam várias substâncias que podem ser dosadas ou pesquisadas, como proteínas, anticorpos, células, eletrólitos (potássio, sódio, cálcio, magnésio etc...), colesterol, hormônios e até bactérias ou vírus em casos de infecção.

O hemograma é solicitado quando o objetivo é ter informações sobre as células do sangue. Portanto, nem toda análise de sangue contém um hemograma.

Se você quiser saber mais sobre as análises de sangue mais comuns, leia CHECK-UP / EXAMES DE SANGUE.

HemogramaNo nosso sangue circulam 3 tipos básicos de células, todas produzidas na medula óssea:
  • Hemácias (glóbulos vermelhos)
  • Leucócitos (glóbulos brancos)
  • Plaquetas

Os atuais valores de referência do hemograma foram estabelecidos na década de 1960 após observação de vários indivíduos sem doenças. O que é considerado normal é na verdade os valores que ocorrem em 95% da população sadia. 5% das pessoas sem problemas médicos podem ter valores do hemograma fora da faixa de referência (2,5% um pouco abaixo e outros 2,5% um pouco acima). Portanto, pequenas variações para mais ou para menos, não necessariamente indicam alguma doença. Obviamente, quanto mais afastado um resultado se encontra do valor de referência, maior a chance disto verdadeiramente representar alguma patologia.

Não vou me ater muito em valores específicos, uma vez que, os laboratórios atualmente fazem essa contagem automaticamente através de máquinas, e os valores de referência sempre vêm impressos nos resultados. Cada laboratório tem o seu valor de referência próprio, que em geral, são todos muito semelhantes.

A- ERITROGRAMA

O eritrograma é a primeira parte do hemograma. É o estudo da série vermelha, ou seja, das hemácias, também chamadas de eritrócitos.

Vejam esse exemplo fictício abaixo. Lembrando que os valores de referência podem variar entre laboratórios.

Hemograma

Os 3 primeiros dados, contagem de hemácias, hemoglobina e hematócrito, são analisados em conjunto. Quando estão reduzidos, indicam anemia (leia: O QUE É ANEMIA ?), ou seja, baixo número de glóbulos vermelhos no sangue. Quando estão elevados indicam policitemia, que é o excesso de hemácias circulantes.

O hematócrito é o percentual do sangue que é ocupado pelas hemácias. Um hematócrito de 45% significa que 45% do sangue é compostos por hemácias. Os outros 55% são basicamente água e todas as outras substâncias diluídas. Pode-se notar, portanto, que praticamente metade do sangue é na verdade composto por células vermelhas.

Se por um lado, a falta de hemácias prejudica o transporte de oxigênio, por outro, células vermelhas em excesso deixam o sangue muito espesso, atrapalhando seu fluxo e favorecendo a formação de coágulos.

A hemoglobina é uma molécula que fica dentro da hemácia. É a responsável pelo transporte de oxigênio. Na prática, a dosagem de hemoglobina acaba sendo a mais precisa na avaliação de uma anemia.

O volume globular médio (VGM) ou volume corpuscular médio (VCM), mede o tamanho das hemácias. VCM elevado indica hemácias macrocíticas, ou seja, grandes. VCM reduzidos indicam hemácias microcíticas, ou de tamanhos diminuídos.

Esse dado ajuda a diferenciar os vários tipos de anemia. Por exemplo, anemias por carência de ácido fólico cursam com hemácias grandes, enquanto que, anemias por falta de ferro se apresentam com hemácias pequenas. Existem também as anemias com hemácias de tamanho normal.

Alcoolismo é uma causa de VCM aumentado (macrocitose) sem anemia (leia: EFEITOS DO ÁLCOOL E ALCOOLISMO).

O CHCM (concentração de hemoglobina corpuscular média) ou CHGM (concentração de hemoglobina globular média) avalia a concentração de hemoglobina dentro da hemácia.

o HCM (hemoglobina corpuscular média) ou HGM (hemoglobina globular média) é o peso da hemoglobina dentro das hemácias.

Os dois valores indicam a basicamente a mesma coisa, a quantidade de hemoglobna nas hemácias. Quando as hemácias têm pouca hemoglobina, elas são ditas hipocrômicas. Quando têm muita, são hipercrômicas.

Assim como o VCM , o HCM e o CHCM também são usados para se diferenciar os vários tipos de anemia.

O RDW é um índice que avalia a diferença de tamanho entra as hemácias. Quando este está elevado significa que existem muitas hemácias de tamanhos diferentes circulando. Isso pode indicar hemácias com problemas na sua morfologia. É muito comum RDW elevado, por exemplo, na carência de ferro, onde a falta deste elemento impede a formação da hemoglobina normal, levando a formação de uma hemácia de tamanho reduzido.

Excetuando-se o hematócrito e a hemoglobina que são de fácil entendimento, os outros índices do eritrograma são mais complexos e pessoas sem formação médica dificilmente conseguirão interpretá-los de forma correta. É preciso conhecer bem todos os tipos de anemia para que esses dados possam ser úteis.

B- LEUCOGRAMA

Os leucograma é a parte do hemograma que avalia os leucócitos. Estes são também conhecidos como série branca ou glóbulos brancos. São as células de defesa responsáveis por combater agentes invasores.

Os leucócitos são, na verdade, um grupo de diferentes células, com diferentes funções no sistema imune. Alguns leucócitos atacam diretamente o invasor, outros produzem anticorpos, outros apenas fazem a identificação e assim por diante.

Existem 5 tipos de leucócitos, cada um com suas particularidades, a saber:

1) Neutrófilos

O neutrófilo é o tipo de leucócito mais comum. Representam em média de 45% a 75% dos leucócitos circulantes. Os neutrófilos são especializados no combate a bactérias. Quando há uma infecção bacteriana, a medula óssea aumenta a sua produção, fazendo com que sua concentração sanguínea se eleve. Portanto, quando temos um aumento do número de leucócitos totais, causado basicamente pela elevação dos neutrófilos, estamos provavelmente diante de um quadro infeccioso bacteriano.

Os neutrófilos tem um tempo de vida de aproximadamente 24-48 horas. Por isso, assim que o processo infeccioso é controlado, e a medula reduz a produção de novas células, seu níveis sanguíneos retornam rapidamente aos valores basais.

Neutrofilia = aumento do número de neutrófilos
Neutropenia = redução do número de neutrófilos

2) Segmentados ou bastões

Os segmentados ou bastões são os neutrófilos jovens. Quando estamos infectados a medula óssea aumenta rapidamente a produção de leucócitos e acaba por lançar na corrente sanguíneas neutrófilos jovens recém-produzidos. A infecção deve ser controlada rapidamente, por isso, não há tempo para esperar que essas células fiquem maduras, antes de lança-las ao combate. Em uma guerra o exército não manda só os seus soldados mais experientes, ele manda aqueles que estão disponíveis.

O normal é que apenas 4 a 5% dos neutrófilos circulantes sejam bastões. A presença de um percentual maior de células jovens também é uma dica de que possa haver um processo infeccioso em curso.

3) Linfócitos

Os linfócitos são o 2º tipo mais comum. Representam de 15 a 45% dos leucócitos no sangue.

Os linfócitos são as principais linhas de defesa contra infecções por vírus e contra o surgimento de tumores. São eles também os responsáveis pela produção dos anticorpos.

Quando temos um processo viral em curso, o mais comum é que o número de linfócitos aumente, às vezes, ultrapassando o número de neutrófilos e tornando-se o tipo de leucócito mais presente na circulação.

Os linfócitos são as células que fazem o reconhecimento de organismos estranhos, iniciando o processo de ativação do sistema imune. É por isso que os linfócitos são os principais alvos dos medicamentos imunossupressores usados nos transplante de órgãos (leia: SAIBA COMO FUNCIONA O TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS).

Os linfócitos também são as células atacadas pelo vírus HIV. Este é um dos motivos da AIDS causar imunossupressão.

Linfocitose = aumento do número de linfócitos
Linfopenia = redução do número de linfócitos

Hemograma4) Monócitos

Os monócitos normalmente representam de 3 a 10% dos leucócitos circulantes. São ativados tanto em processos virais e bacterianos. Quando um tecido está sendo invadido por algum germe o sistema imune encaminha os monócitos para o local infectado. Este se ativa, transformando-se em macrófago, uma célula capaz de "comer" micro-organismos invasores.

Os monócitos tipicamente se elevam nos casos de infecções, principalmente naquelas mais crônicas como a tuberculose (leia: SINTOMAS DE TUBERCULOSE).

5) Eosinófilos

Os eosinófilos são os leucócitos responsáveis pelo combate de parasitas e pelo mecanismo da alergia. Apenas 1 a 5% dos leucócitos circulantes são eosinófilos.

O aumento de eosinófilos ocorre em pessoas alérgicas, asmáticas ou em casos de infecção intestinal por parasitas.

Eosinofilia = aumento do número de eosinófilos
Eosinopenia = redução do número de eosinófilos

6) Basófilos

Os basófilos são o tipo menos comum de leucócitos no sangue. Representam de 0 a 2% dos glóbulos brancos. Sua elevação normalmente ocorre em processos alérgicos e estados de inflamação crônica.

Quando os leucócitos estão aumentados damos o nome de leucocitose. Quando estão diminuídos chamamos de leucopenia.

Quando notamos aumento ou redução dos valores dos leucócitos, é importante ver qual das 6 linhagens descritas anteriormente é a responsável por essa alteração.

Grandes elevações podem ocorrer nas leucemias, que nada mais é que o câncer dos leucócitos.

As leucopenias normalmente ocorrem por lesões na medula óssea. Podem ser por quimioterapia, por drogas, por invasão de células cancerígenas ou por invasão por micro-organismos.

C- PLAQUETAS

As plaquetas são as células responsáveis pelo início do processo de coagulação. Quando um tecido de qualquer vaso sanguíneo é lesado, o organismo rapidamente convoca suas plaquetas para que se direcionem ao sítio da lesão. As plaquetas se agrupam e formam um trombo, uma espécie de rolha ou tampão, que imediatamente estaca o sangramento. Graças a ação das plaquetas, o organismo tem tempo de reparar os tecido lesados sem que haja muita perda de sangue.

O valor normal das plaquetas varia entre 150.000 a 450.000 por microlitro. Porém, até valores próximos de 50.000, o organismo não apresenta dificuldades em iniciar a coagulação.

Quando os valores se encontram abaixo dos 10.000 há risco de morte uma vez que pode haver sangramentos espontâneos.

Trombocitopenia é a redução da concentração de plaquetas no sangue. Trombocitose é o aumento.

A dosagem de plaquetas é importante antes de cirurgias e para avaliar quadro de sangramentos sem causa definida.

Portanto, o hemograma é um exame que pode fornecer inúmeras informações sobre o paciente.

Quando temos redução de 2 das 3 linhagens de células do sangue, chamamos de bicitopenia. Quando os 3 tipos de células estão reduzidos, damos o nome de pancitopenia. Doenças que cursam com inflamação crônica, como o Lúpus, por exemplo, podem se apresentar com redução de 1, 2 ou das 3 linhagens (leia: LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO). Na verdade, qualquer agressão à medula óssea, seja por drogas, infecções ou doenças, pode causar diminuição da produção das células do sangue.

Não é preciso nenhuma preparação, nem estar em jejum, para se colher sangue para o hemograma.

O termo hemograma completo é apenas um preciosismo, uma vez que não existe hemograma incompleto. Se o médico quiser apenas saber o valor do hematócrito e da hemoglobina, ele solicita um eritrograma. Se quiser ver apenas o valor dos leucócitos, é só pedir um leucograma. Se o alvo for apenas as plaquetas, solicita-se um plaquetograma. Quando se pede um hemograma, está implícito que o médico quer a avaliação das 3 linhagens (hemácias, leucócitos e plaquetas).



Leia mais: http://www.mdsaude.com/2009/11/hemograma.html#ixzz1RR3r1Nqn

Anemia - Sintomas e causas

Descubra o que é anemia, suas causas, seus sintomas e suas complicações

A anemia é um dos distúrbios mais frequentes na medicina. Apesar de extremamente comum, ela é muitas vezes mal diagnosticada, mal tratada e quase sempre mal explicada aos pacientes; e é sobre isso que eu quero falar nesta postagem. Mas, antes, é necessário uma pequena e simples explicação fisiopatológica.

Você provavelmente já ouviu falar em anemia.

Mas você sabe o que é anemia?

Anemia é o nome que se dá quando ocorre uma diminuição dos nossos glóbulos vermelhos do sangue, as chamadas hemácias ou eritrócitos. São essas células que transportam o oxigênio vindo dos pulmões para todos os outros órgãos.

Na prática clínica, o diagnóstico de anemia é feito basicamente pela dosagem do hematócrito e da hemoglobina, feitas no famoso hemograma que todos já devem ter feito alguma vez na vida (leia: ENTENDA OS RESULTADOS DO SEU HEMOGRAMA). Para entender a anemia é preciso estar familiarizado com os termos hematócrito e hemoglobina. Vamos a eles, então.


O que são o hematócrito e a hemoglobina?

a.) Hematócrito

O hematócrito é o percentual do sangue que é ocupado pelas hemácias (glóbulos vermelhos). Um hematócrito de 45% significa que 45% do sangue é compostos por hemácias. Os outros 55% são basicamente água e todas as outras substâncias diluídas. Pode-se notar, portanto, que praticamente metade do sangue é, na verdade, composto por glóbulos vermelhos.

As hemácias são produzidas na medula óssea e têm uma vida de apenas 120 dias. As hemácias velhas são destruídas pelo baço (órgão situado à esquerda na nossa cavidade abdominal). Isso significa que a cada 4 meses trocamos todas as nossas células vermelhas. A produção e a destruição são constantes, de modo a se manter sempre um número estável de hemácias circulantes no sangue.

b.) Hemoglobina

A hemoglobina é uma molécula portadora de ferro que fica dentro da hemácia. A hemoglobina é o componente mais importante da hemácia por ser ela a responsável pelo transporte de oxigênio pelo sangue.

O ferro é um elemento essencial da hemoglobina. Pessoas com carência de ferro não conseguem sintetizar hemoglobinas, que por sua vez são essenciais para a produção das hemácias. Portanto, uma diminuição das hemoglobinas obrigatoriamente leva à uma diminuição as hemácias, ou seja, à anemia.

Na prática, a dosagem de hemoglobina acaba sendo a mais precisa na avaliação de uma anemia, uma vez que o hematócrito pode ser influenciado por uma sangue mais ou menos diluído.

Diagnóstico da anemia

O diagnóstico de anemia é feito quando os valores da hemoglobina e do hematócrito estão abaixo do valor de referência.:

- Hematócrito normal = 41% a 54% nos homens ou 35% a 47% nas mulheres
- Hemoglobina normal = 13 a 17 g/dL nos homens ou 12 a16 g/dL nas mulheres

Portanto, estamos diante de uma anemia quando os valores se encontram abaixo dos fornecido acima. É importante salientar que os valores de referência podem variar de um laboratório para o outro, e resultados um pouco abaixo do normal devem ser interpretados pelo seu médico, uma vez que não necessariamente indicam doença. Mulheres com grande fluxo menstrual podem ter valores menores que estes, sem causar qualquer dano à saúde. Uma leve anemia em mulheres pode não ter relevância clínica.

Bom, explicado o básico, vamos ao que interessa.

Causas de anemia

A anemia tem três causas básicas:

- Pouca produção de hemácias pela medula.
- Elevada destruição de hemácias pelo corpo.
- Perda de hemácias e ferro através de sangramentos.

O CONCEITO MAIS IMPORTANTE QUE DEVE SER APRENDIDO É QUE ANEMIA NÃO É UMA DOENÇA, MAS SIM UM SINAL DE DOENÇA. Ao se deparar com um hemograma evidenciando uma anemia, o médico deve investigar qual das três causas acima é a responsável pelo quadro. Não basta prescrever ferro e achar que está tudo bem.

Exemplos de causas distintas de anemia, que não se resolvem apenas com reposição de ferro:

1- Uma úlcera no estômago ou um câncer de intestino causam sangramentos e perda de hemácias, levando à anemia »» Anemia por perda de sangue.

2- Uma infecção ou tumor que atinge a medula óssea impede a produção de hemácias, também levando à anemia »» Anemia por falta de produção de sangue

Um medicamento que seja tóxico para as hemácias e cause sua destruição antes de 120 dias, também leva à anemia »» Anemia por rápida destruição das hemácias

PORTANTO, O SIMPLES DIAGNÓSTICO DE ANEMIA NÃO É SUFICIENTE, É NECESSÁRIO INVESTIGAR A SUA CAUSA.

É muito comum pacientes receberem o diagnóstico de anemia e serem tratados com ferro, sem nenhum tipo de investigação, como se todas as anemias acontecessem por deficiência deste elemento. E mesmo aquelas que realmente são por perda de ferro, a causa deve ser elucidada, pois frequentemente estamos falando de doenças do tubo digestivo. O ferro não vai tratar o tumor ou a úlcera do trato gastrointestinal que está a sangrar de modo oculto. Vai apenas mascarar os sintomas a curto prazo e postergar o diagnóstico.

Abaixo uma demonstração do número de doenças que podem causar anemia e ficarão sem diagnóstico se não forem investigadas:

- Neoplasias (leia: CÂNCER | Sintomas e tipos)
- Insuficiência renal (leia: INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA - SINTOMAS)
- Leucemias (leia: LEUCEMIA - Sintomas e Tratamento)
- Linfomas (leia: O QUE É UM LINFOMA ?)
- Mieloma múltiplo (leia: ENTENDA O MIELOMA MÚLTIPLO)
- Doenças do trato gastrointestinal
- Hipotireoidismo (leia: HIPOTIREOIDISMO (TIREOIDITE DE HASHIMOTO))
- Deficiências de vitaminas como B12 e ácido fólico (leia: MITOS E VERDADES SOBRE VITAMINAS )
- Toxicidade da medula óssea por drogas
- Doenças do fígado (leia: AS DIFERENÇAS ENTRE AS HEPATITES )
- Infecções.
- Lúpus (leia: LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO)
- Síndrome hemolítica urêmica
- SIDA (AIDS) (leia:  (leia: EFEITOS DO ÁLCOOL | Tratamento do alcoolismo)
- Sangramento digestivo Na verdade, qualquer doença que curse com inflamação crônica pode inibir a função da medula óssea e cursar com queda das hemácias, uma situação em que chamamos de anemia de doença crônica.

Além de ser um sinal que pode indicar a presença de doenças sistêmicas, existem também as anemias primárias, ou seja, causadas por defeitos próprios na produção das hemácias. São normalmente doenças de origem genética, que cursam com uma produção de hemácias anormais. As mais comuns são:

- Anemia falciforme
- Talassemia
- Anemia sideroblástica
- Esferocitose
- Hemoglobinúria paroxística noturna
- Deficiência de G6PD

Anemia vira leucemia?

NÃO! nenhuma anemia causa leucemia, assim como nenhuma anemia vira leucemia. Na verdade, anemia não só não vira leucemia como qualquer outro tipo de câncer. Entretanto, a anemia pode ser um sinal da existência de um câncer, entre eles a própria leucemia.

Sintomas da anemia

Como as hemácias são as transportadoras de oxigênio do nosso corpo, a falta delas leva aos sintomas de uma oxigenação deficiente dos nossos tecidos. O principal sintoma da anemia é o cansaço. A anemia pode ser tão grave que tarefas simples como pentear o cabelo ou mudar de roupa tornam-se extenuantes. Quanto mais rápido se instala a anemia, mais cansaço e fraqueza o paciente sente. Anemias que se instalam lentamente dão tempo ao paciente se adaptar e podem só causar sintomas em fases bem avançadas. Apenas como exemplo, se o paciente perde sangue rapidamente e sua hemoglobina cai de 13 para 9,0 g/dL em 2 ou 3 dias, o paciente sentirá um cansaço grande. Se por outro lado houver um sangramento pequeno mas constante, fazendo com que a hemoglobina caia de 13 para 8,0 g/dL em 3 ou 4 meses, o paciente pode não notar muito cansaço a não ser que tente fazer esforços mais intensos.

Anemia - ConjuntivaOutro sinal de anemia é a palidez cutânea, muitas vezes identificadas até por leigos. Em pacientes de pele negra esse sinal não costuma ser detectável.

Um jeito simples de identificar a anemia é olhar a conjuntiva, que é membrana que recobre o olho e a região de dentro da pálpebra. Em pessoas normais ela é bem vermelhinha. Já em anêmicos ela é quase da cor da pele.

Além do cansaço e da palidez cutânea, outros sintomas da anemia incluem palpitações, falta de ar, dor no peito, sonolência, tonturas e hipotensão. Nos idosos pode haver algum grau de perda da atenção e dificuldades no raciocínio.

O importante é procurar ajuda médica sempre que houver suspeita de anemia. Como pôde ser visto, a lista de diagnósticos diferenciais é imensa e apenas o médico é capaz de fazer a distinção correta.

Artigo publicado originalmente em Setembro 2008. Última atualização em Julho 2011


Leia mais: http://www.mdsaude.com/2008/09/anemia.html#ixzz1RR3AFQSI